quarta-feira, 28 de março de 2007

FLORES




Quem não sentiu não viveu
O perfume que as flores exalam
Diria que é apenas no jardim
É que se encontram e se calam

Ao dimensionar, porém
A percepção imortal
Diria que as flores falam
E nunca se calam
São movimentos constantes
Que o Universo embala

*JACIRA MONTEIRPO*


"Além da terra, além do infinito,
procurei em vão o céu e o inferno.
Mas uma voz disse-me:
o céu e o inferno estão em ti mesmo."

(Omar Khayýam)

Seu sorriso




O riso do Deus infinito deve vibrar através
do seu sorriso. Deixe que a brisa do Seu
amor espalhe seus sorrisos nos corações
dos homens. O seu fervor será contagioso.


~~Paramahansa Yogananda~~

terça-feira, 27 de março de 2007

Anam Cara













Anam Cara é uma expressão celta que significa
"Amigo de minha alma" ou "amigo d?alma".

Há duas maneiras de interpretar o Anam Cara:

1. Neste plano fenomênico de manifestação densa,
ele é o seu amigo(a) querido(a), aquela pessoa com
a qual você poderá contar em qualquer ocasião,
mesmo quando todos tiverem voltado as costas
para você. E mais: é aquela pessoa a quem você
pode abrir o coração com confiança. Quando
você pensa nela, algo em seu coração brilha
mais. Você sabe que ela existe e está no
mesmo plano que você. Sabe que ela é
valiosa e que, só de ver você, já sabe como
você está, pois ela lhe conhece profundamente,
além das aparências. Ela sabe sentir você em
espírito.

2. Em outros planos mais sutis, ele é o amparador,
aquela consciência extrafísica que lhe ajuda
invisivelmente. Ele é aquele que lhe conhece há
muitas vidas. Sabe dos seus dramas e de seus
acertos ao longo dos milênios. Pode até ter
participado dos eventos anteriores junto
com você, tanto na carne quanto além dela.
Porém, às vezes ele está em outra
condição vibracional. Mas não esquece
de você!

Muitas vezes, ele mergulha nos planos mais
densos para lhe apoiar invisivelmente. Você
não percebe sua presença, mas ele vela
secretamente pelo seu progresso. Ele não
é uma divindade, é apenas o seu amigo
invisível, um Anam Cara extrafísico.
* * *

O Anam Cara poderá ser o seu filho(a),
seu parceiro(a), seu irmão, seu pai,
sua mãe, seu parente, ou apenas
um amigo que você reconheceu ao longo
da vida.

Não importa nada disso. O laço
real não está na carne nem no
sangue, está na alma. Por isso, o
Anam Cara é independente de idade,
raça ou condição.

Você o reconhecerá pelo brilho
do olhar, sentirá o seu coração
pulsando junto com o seu, sentirá
muita saudade dele e reconhecerá
a sua riqueza interior.

No entanto, muitas vezes o orgulho
poderá obstacular tal percepção, e é
possível que os seus olhos não o
vejam, e que seu coração não o
reconheça mais. Então, o coração não
falará mais ao coração no silêncio de
uma vibração silenciosa trocada no
olhar da alma. Haverá apenas o olhar
que percebe o convencional e que se
perde nele no meio da dor de tentar
achar o Anam Cara onde ele não
está.

Sentir alguém que é um Anam Cara
em sua vida, seja ele o irmão, o
amigo ou oparceiro, é sentir-se
acompanhado na existência por
uma alma brilhante. É
viajar pelo denso enganoso
acompanhado de alguém que
também vê algo
além...
É sentir-se ligado em alma, dentro do
coração.

O Anam Cara é seu refúgio dentro da
loucura em torno. É o porto onde a
nave de seu coração gosta de aportar
no meio da tempestade.

Pense numa canção que lhe fala
ao coração. Ao ouvi-la, você lembrará
de muitas coisas. O Anam Cara é
semelhante a essa música. Quando
você lembra dele, o coração viaja...

Ele pode ser seu amigo, amparador,
irmão ou parceiro. Tanto faz. O que
vale mesmo é que ele é uma
riqueza que você achou no mundo.

O Anam Cara é isso: um amigo d'alma.

Nesse aspecto, o TODO é o amigo
d'alma de todos os seres.

E como o TODO está em tudo, Ele
também está nos amigos d?alma,
desse e de outros planos.

Pode-se gostar de alguém em vários
níveis: mental, emocional,
energético ou sexual. Porém, a ligação
do Anam Cara transcende esses níveis
e chega ao espírito. Por isso, os celtas
antigos reverenciavam o conceito de
Anam Cara.

Para eles, tratava-se de uma riqueza
sem paralelos. E eles sabiam que as
ligações que não são em espírito e
verdade, são apenas manifestações
temporárias e irrisórias ao sabor dos
pensamentos, emoções e energias
do momento.

Para eles, o real sempre foi o espírito
eterno, não a bruma que dificulta a
percepção. Por isso, os poetas cantavam:

"Oh, Anam Cara!

Muitos outros vieram, mas só sinto

Tua comunhão sagrada.

Só escuto a tua canção.

Ali está o sol,

Mais tarde virá a lua.

Mas, só me importa a tua canção!"

O Anam Cara é isso: uma riqueza sem
paralelos.Só o coração é que sabe.
Só ele é que sente.

Certa vez, o mestre Bábaji ensinou:

"Quando o coração fala ao coração,
não há mais nada a dizer."

O Anam Cara, seja ele(a) quem for,
é um presente da vida ao coração.

Sua ligação não vem da Terra,
mas do espírito!

Que as pessoas conscientes possam
reconhecer o Anam Cara pelo coração.

Paz e Luz.

- Wagner Borges ? São Paulo
, 07 de janeiro de 2003

Mulher....









Mulher madura sabe o que quer
sabe ser muito "mais mulher"
mostra o que deve mostrar
e oculta o que deve ocultar

segunda-feira, 26 de março de 2007

Das maes




Recordas-te, Mãe? Eu tinha os cabelos ruivos e encaracolados. Sentias muito orgulho na cabeleira da tua Menina. Dizias, quando eu corria ao Sol do meio-dia, que a minha cabeça parecia envolta em labaredas. E, ao dizê-lo, os teus olhos verdes eram lagos de Verão.
Depois, o meu cabelo envergonhou-se e escureceu. Acalmou as chamas. Mas ainda hoje, se está feliz, ganha reflexos rápidos de cobre líquido.
Agora estás a dizer-me que um dia os meus cabelos serão brancos, como os teus. Vou gostar. Já que não tenho olhos de mar, terei um diadema de espuma branca, como as ondas.
Recordas-te, Mãe? Quando eu aninhava a cabeça no teu colo, os meus cabelos corriam em busca da seda das tuas mãos. Tudo ficava tão lindo, Mãe. Recordas-te?

Licínia Quitério

o dever




Hoje é o dia de olhar a criança
e de ver o homem que não querias ver;
é preciso, por isso, que lhe pegues na mão,
e o leves ao mar como a ti te levaram.
Leva-o e mostra-lhe as pregas do ar, o
calor do estio na tarde das aves e o longe
mais longe que pode o olhar. Mostra-lhe
a luz de lá e o cheiro das algas e
a dança do céu quando dança nas ondas.
Mostra-lhe e diz-lhe como gostar. Depois,
ouve com ele a canção de boas vindas,
que o sal da brisa vai trazer consigo e
sussurrar nos cabelos confiados
do teu filho

Vasco Pontes

Canaviais




- "Para onde vais?
Para onde vais?"

- " Vou ouvir o vento
Nos canaviais
Ponho-me ao relento
Oiço o que ele diz
Só de ouvir o vento
Fico tão feliz.

Vou ouvir o vento
Falando mansinho
Falando levinho.
Algo está ali
Perto do caminho
Que eu ia a seguir
Quando o vento ouvi.

Vim de ouvir o vento
Sussurrando lento
Nos canaviais...

Vi num pensamento
Vivi um momento
Que nao volta mais."

De Luísa Barros em Pelo Caminho das Fadas

sexta-feira, 23 de março de 2007

Aprendendo a Viver - Luiz Eduardo Boudakian



Nossos Abraços e Afectos vao para este Sorriso de Alma

Interiores....



"Nunca escreverei
uma palavra para
lamentar a vida.
Meu verso é água
corrente, é tronco,
é fronde, é folha, é
semente, é vida."
(Cora Coralina)

DISSERAM...



"Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas",
portanto, és responsável por mim e quero que seja sempre assim.

"Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer,"
e é por isso que os nossos mistérios eu deixo acontecer.

"Palavras pronunciadas ao acaso é que foram, pouco a pouco, revelando tudo"
e foi aí que eu entendi o nosso passado, presente e futuro.

"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla"
e é assim que vejo o teu amor, tu me contemplas como se eu fosse,
sobre a face da terra, a única flor.

"Quando achas um diamante que não é de ninguém, ele é teu. Quando achas uma ilha que não é de ninguém, ela é tua"
então, me transformei em diamante, em ilha e com isso cessei tua procura.


ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY & Silvana Duboc

Madredeus - Haja o Que Houver (Come What May) (1997)




"A paz vem de dentro de ti próprio,
não a procures à tua volta."

(Buda)

quinta-feira, 22 de março de 2007

No meu Sangue



No meu sangue
Habitas
Tão necessário
Como o ar
Que não se contempla.

Maria Costa

O jovem Törless




"De repente ele notou - e era como se fosse pela primeira vez - quanto o céu ficava longe.
Foi como um sobressalto. Exactamente por cima dele reluzia entre as nuvens uma nesga de azul, indizivelmente profunda.
Sentiu que poderia subir até lá numa escada bem longa. Mas, quanto mais entrava ali, erguendo-se pelo olhar, mais o fundo azul e luminoso se encolhia, recuando. Era como se ele tivesse de alcançá-lo, segurando-o com os olhos. Esse desejo tornou-se torturantemente intenso." [....]

Robert Musil, "O Jovem Törless".

**Amar....





...Se amar fosse fácil,
não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém,
nem haveria orfanatos,
porque as famílias serenas adoptariam mais
filhos, nem filhos mal concebidos,
nem esposas mal amadas,
nem prostitutas e prostitutos...

Interiores...




Talvez a juventude apenas seja isto:
sem arrependimento amar sempre os sentidos.

Sandro Penna (1906-1977)

Trad. de David M.Ferreira

Programática






Eu saúdo a laranjeira iluminada
pelo sol apenas ela. As esplendorosas
laranjas mais altas voadoras assim
do que as andorinhas pretas que volteiam.

O recanto apenas seu onde recebe
esfericamente o sol. Os últimos
voos das mensageiras antes do sonho.
O fim dos raios no vértice
de espelhos. Haver frutos
que são reflexos. E trilos
que formam musicalmente a noite.

Fiama Hasse Pais Brandão