sexta-feira, 27 de abril de 2007
Naufrágio da paixão
Naufrágio da paixão
Tere Penhabe
É preciso acreditar, por mais difícil que seja
que haveremos de chegar ao cais...
como o barco, pilotado bravamente, incansável
atravessando tempestade venerável
que, entretanto, não perde a força, não perde a fé!
É preciso saber, que os pássaros nos acompanham
em alto mar, e mesmo se formos para as montanhas
onde estiver alguém precisando do seu canto
ali ele estará, nunca nos abandonando
que são infinitamente mais fiéis que nós!
É preciso crer, que haveremos de gritar:- Terra à vista!
Porque senão, a dor nos entorpece e se torna maldita
tira-nos todo o anseio pela vida, pelo cais
e então, não chegaremos a aportar nunca mais
e só podemos ser felizes, quando em terra firme pisarmos.
Por isso... "Força, minha alma! Estamos quase lá..."
Conserva o sorriso (como bem disse a poeta)
ainda que seja um sorriso trôpego, meio sem fôlego
mas é tudo que tens e que precisa, não deixe morrer
para que um dia possamos doá-lo... a mais alguém!
quinta-feira, 19 de abril de 2007
A Barca
A BARCA
Tu te abeiraste da praia
não buscaste nem sábios,nem ricos,
somente queres que eu te siga.
Senhor,Tu me olhaste nos olhos
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco,
junto á Ti ,buscarei outro mar.
Tu ,sabes bem que em meu barco
eu não tenho,espadas,nem ouro
sómente redes e o meu trabalho.
Senhor,Tu me olhastes nos olhos ,
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco
junto á Ti,buscarei outro mar.
Tu,minhas mãos solicitas,
meu cansaço que a outros descanse,
amor que almeja ,seguir amando.
Senhor,Tu me olhaste nos olhos,
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco,
junto á Ti,buscarei outro mar
Tu,pescador de outros lagos,
ânsia eterna, de almas que esperam,
bondoso amigo , assim me chamas.
Senhor,Tu me olhastes nos olhos,
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco,
junto á Ti,buscarei outro mar.
Coral São João Batista
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Ah!! Pequenina Menina
Ah! menina...
Tão pequenina,
Veja...
o seu poder, força, carisma...
Ao cair,
no oceano, mar,
Pensa...
Porquê pensar?
Uma lágrima, chama
que inflama,
mas uma lágrima, não é suficiente, para apagar essa chama...
Essa lágrima tem vida...está indo
É lágrima da vida que vem...
Lágrima que escorre de mansinho,
e com força se solta,
mergulha ...na margem do lago
E lhe trás a vida de volta
Lágrimas que escorrem
Visualisa a sua imaginação
Com o seu Poder... que emana
para o universo
Com a força de um sorriso...
de uma palavra...
e saber ouvir... com carinho um elogio...
e o menor ato de carinho..
Ah!! Pequenina menina..
você cresceu..
E sinta o calor da lágrima...
by Sulla
domingo, 15 de abril de 2007
sábado, 14 de abril de 2007
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Amor...
Mãe
MÃE..
RivkahCohen
Das mães
conheço o abarcar do carinho
o canto de uma canção,
só não consigo
visualizar sua mão..
Das mães
ouço um forte gemido
a romper na escuridão.
Das mães,
ouvi falar um dia,
que me cuidaria noite e dia
mas algo se desfez na explosão.
Das mães
tento lembrar rosto,
sorriso,
mas.. o que ocorre
com minha visão?
Quem sabe um dia
a viajar em minhas fantasias,
sinta uma estranha vibração
e alguém segure a minha mão?
Enquanto isso não acontece
lembro como a criança padece
no vazio denominado
MÃE!
quarta-feira, 11 de abril de 2007
INQUIETAÇÃO
Chegaram os oito anos.
Menina pula
Menina cai
Menina chora
Menina ri.
Doutora, e essas bolinhas no rosto?
- São os hormônios ...
Chegaram os oito anos
Chegaram os hormônios no corpo da menina .
Menina pula
Menina cai
Menina chora
Menina ri .
Menina pula, cai, chora, ri, tudo ao mesmo tempo .
Menina pi-pó-ca !
LEONOR CORDEIRO
terça-feira, 10 de abril de 2007
IAZUL
IAZUL
Esquece, meu bom e dedicado amigo, esquece, por um momento, as tristezas e aflitivas preocupações; livra-te dessa angústia torturante instilada em tua alma pelas incertezas da vida; senta-te, aqui a meu lado, e escuta, com religiosa atenção, a famosa lenda que os poetas árabes intitularam: Iazul! Sim, é isso mesmo: Iazul! Vou narrá-la.
Em nome de Allah, Clemente e Misericordioso! Viveu, outrora, na Pérsia, meio século depois de Timur Lenk, um Príncipe, generoso e bravo, que se chamava Shack Bock. Afirmavam historiadores altamente abalizados que esse glorioso Emir tinha, em sua imponente corte, um sábio, mestre e conselheiro, cuja nobre função era orientar o monarca em suas decisões, esclarecê-lo em suas dúvidas e corrigi-lo em seus erros e injustiças. Esse ulemá, judicioso e previdente, chamava-se Ismail Hassam, e era, pelos nobres muçulmanos, apelidado o Saryh (aquele que é sincero). Um dia muito cedo, logo depois da prece da madrugada, prece do ritual que os árabes denominam sobh, o Príncipe mandou que viesse à sua presença o douto conselheiro da corte. Fazia todo empenho em ser urgentemente elucidado sobre um caso que se apresentava enrodilhado pelo mistério. Sem perda de tempo, o ilustre Ismail, o Saryh, deixou os seus aposentos, e foi ter ao luxuoso divan (sala de audiência) do soberano persa. O que teria acontecido? Que caso, assim, tão grave intrigava o Rei? O monarca parecia pálido. Em sua fisionomia morena, surgiam, tracejando linhas incertas, as rugas da intranqüilidade. Depois das saudações habituais, sem mais preâmbulo, disse o Emir ao judicioso Ismail:
- Acabo de receber, do Khorassan, este pequeno cofre, encontrado pelos meus agentes secretos, entre os despojos do infeliz e estouvado Khalil, o senhor de Candahar. Dentro desse cofre vinha, apenas, esse singularíssimo anel de ouro. Desconfio que se trata de jóia raríssima, que pertenceu ao grande Timur Lenk. Como poderei descobrir o enigma que envolve este anel? E o Príncipe, estendendo a mão, entregou ao douto Ismail o misterioso anel de Candahar. Ismail, o sábio (Allah, porém é mais sábio!) examinou detidamente a jóia, virando-a e revirando-a na palma de sua mão. E depois de refletir, em silêncio, durante algum tempo, assim falou ao Príncipe, seu amo e senhor:
- Julgo-me capaz de esclarecer este mistério. Afirmo que uma das peças mais valiosas do tesouro persa acaba de chegar às vossas mãos. Este anel é o precioso e tão ambicionado anel mágico, que pertenceu ao invencível Timur Lenk, o Perseverante (que Allah o tenha entre os eleitos!). Como podeis ver, este anel, no rico escudo em forma de tâmara, ostenta, em letras bem trabalhadas, a palavra tão bela e sonora: - Iazul.
- Sim, sim - confirmou o Príncipe, muito sério - já o havia notado. No escudo, entre dois brilhantes pequeninos, lê-se a palavra: Iazul. O mistério, a meu ver, permanece. O que significa, afinal, Iazul? O sábio Saryh ergueu o rosto e, discorrendo em tom pausado e claro, explicou:
- Cumpre-me dizer-vos ó Rei do Tempo, que Iazul é uma palavra mágica, de alto e misterioso poder. Asseguro que é a palavra mais expressiva e eloqüente entre todas as que figuram no riquíssimo vocabulário persa. É mágica, repito. Reparai bem: tem o Dom de nos tornar alegres, quando estamos tristes, e de moderar as nossas alegrias, nos momentos de extrema felicidade e ventura.
- Singular, muito singular - refletiu o rei. É, realmente, de alta magia, essa palavra que transforma as alegrias em preocupações, e que consegue aniquilar, ou pelo menos conter, as mágoas e tristezas que pesam em nosso coração! E fitando gravemente o sábio, acrescentou:
- Mas insisto em perguntar: o que significa essa palavra Iazul? Como podemos traduzi-la? Respondeu o eloqüente e esclarecido ulemá:
- Iazul, ó Rei, dentro da sua espantosa simplicidade, significa apenas Isso passa! Ou ainda: Tudo passa! Quando o homem atravessa períodos de felicidade, de alegria cor-de-rosa, de sorte e tranqüilidade, deve pensar no futuro e ser comedido em suas expansões, sóbrio em suas atividades. Convém que o afortunado não esqueça: Iazul! (isso passa), a roda do Destino é incerta; a vida é cheia de mudanças. Há ocasiões, porém, em que nos sentimos anavalhados pelos sofrimentos, pelas enfermidades, feridos pelas desgraças, caminhando sob a nuvem da má sorte, da ruína e atingidos pelos golpes imprevistos do infortúnio. Para que o ânimo volte ao nosso espírito, proferimos, cheios de fé, fortalecidos de esperança: Iazul! Sim, tudo passa! Virão dias melhores, dias calmos e felizes; a prosperidade e a boa sorte voltarão a iluminar a nossa jornada; a saúde será reconquistada; a serenidade procurará pouso em nosso atribulado coração! E depois de ligeira pausa, o sábio concluiu: - E, assim, ó Rei!, posso afirmar que Iazul, a palavra contida no pequeno escudo do anel, é mágica! Alivia e branda as tristezas dos infelizes; controla e arrefece as alegrias alucinadas dos exaltados!
Ao ouvir as eloqüentes e judiciosas explicações do velho ulemá, o Rei tomou do anel, colocou-o no dedo indicador da mão esquerda e disse, serenamente:
- Que notável, interessante e proveitosa lição recebi hoje! Conservarei comigo este precioso anel. Jamais esquecerei em todos os momentos culminantes da minha vida, no meio de estonteantes triunfos, ou sob o guante da desgraça, de recorrer ao eterno ensinamento contido nesta palavra mágica: Iazul!
Quero, ó irmão dos árabes, terminar esta lenda, exatamente como a iniciei:
Esquece, pois, meu amigo, esquece, por um momento, as tuas tristezas e aflitivas preocupações; livra-te desta angústia instilada em tua alma pelas incertezas da vida, senta-te, aqui a meu lado, e escuta, com religiosa atenção, a palavra mágica Iazul!
E vale a pena repetir: Iazul! Iazul! Isso passa! Isso passa!
(do livro Malba Tahan - Contos e lendas Orientais - Ediouro)
A CORDINHA
A CORDINHA
- Sajida, não é preciso ficar segurando a cordinha;
deixe-a solta. Entendeu?
- Entendi.
- No momento certo é só puxá-la.
- Entendi.
- Então, podemos ir.
Sajida Mubara e seu marido Ali Hussein deram os
últimos retoques em suas roupas, e adentraram o
hotel Radisson, um dos mais elegantes de Amã, a
capital da Jordânia. No salão de festas do hotel,
separaram-se. Havia uma festa de casamento. Sajida
foi para um lado e seu marido para outro.
Enquanto caminhava, lentamente entre os convidados,
Sadija repetia em pensamento: "A cordinha... é só
puxar a cordinha... é só puxar..." De repente, uma
tremenda explosão irrompeu num dos lados do salão. O
marido de Sajida havia puxado a cordinha e a bomba
atada em sua cintura explodira junto com ele.
Hussein-bomba já era; o atentado estava consumado!
Pessoas fogem do local, correndo e gritando, a
confusão é total. No meio das pessoas que fogem,
apavoradas, quem se vê correndo entre elas? Sadija,
a esposa que havia entendido "tudinho" sobre a tal
cordinha, porém, acho eu, ela não entendeu bem o
espírito da coisa, ou não quis entender.
Sajida foi presa com o poderoso explosivo, amarrado
a cintura, por baixo de sua roupa, intacto. Na
entrevista que deu, a televisão jordaniana, disse:
"Meu marido se explodiu. Ele me ensinou como lidar
com a cordinha para detonar o cinturão, mas talvez
eu tenha feito algo errado (será?) e a bomba não
explodiu. Paciência. Todo mundo fugiu, e eu saí
correndo também".
Este é um facto verídico e que faz pensar..até onde vai a submição da mulher?
Na cultura árabe de forma geral as mulheres seguem normas rígidas de conduta. Traição é punida com apedrejamento em praça pública. Elas não podem ter prazer, mas devem dar prazer ao seu senhor - , tanto que em alguns países o clítoris é extirpado com requintes de crueldade.
Muitas são vendidas como escravas sexuais, as que não se submetem são espancadas, estupradas e drogadas.
Ela com certeza fugia do aprisionamento marital e só encontrou essa forma de fazê-lo.
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Felicidade
Ela veio bater à minha porta
E falou-me, a sorrir, subindo a escada:
"Bom dia, árvore velha e desfolhada!"
E eu respondi: "Bom dia dia, folha morta!"
Entrou: e nunca mais me disse nada.
Até que um dia (quando pouco importa!)
Houve canções de romaria torta
E bandos de noivos pela estrada...
Então chamou-me e disse: "Vou-me embora!
Sou a felicidade! Vive agora
Da lembrança do muito que te fiz!"
E foi assim que, em plena primavera,
Só quando ela partiu, contou-me quem era
E nunca mais eu me senti feliz!
Guilherme de Almeida
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Todo o poema é queda
o gato enroscou-se ao sol
na soleira da porta
como um deus que dorme
indiferente
ao mundo
e ao sofrimento dos homens:
um deus
que se renova
a cada som inexistente
mais tarde o vento
passeando pelo gato
(ou deus )
que se espreguiça ao sol
trouxe-me sem eu saber
uma folha verde
que foi nascer no chão
nasceu
como o que agora escrevo
que sempre esteve lá
sendo inexistente
talvez para mostrar
que deus e o gato
estão em toda a parte
e que toda o Poema é queda
sophia de carvalho
(heterónimo de Maat)
lembro-me do mar
lembro-me do mar
não sei se regressei
se te acenei com palavras simples
feitas por mim
como vento
espuma
ou lua
não sei se as quebrei
contra as cidades duras
e parece às vezes tudo estar perdido
tudo sem sentido
o mar é escuro
o mar é contra as ruas
outras oscilas entre os meus dedos
na minha câmara escura
não é a solidão que me assusta,mãe,
é o abandono da luz
no teu rosto
esculpido
a vento e dunas
ter-te-ei tocado
lembro-me da espuma
em meu coração nu
amar é tudo.
mãe,
o mar és tu.
Maat
Afinidade
Não é o mais brilhante,
mas é o mais sútil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência,
os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto, no exato ponto
de onde foi interrompido.
AFINIDADE é não haver
tempo mediante a vida.
É a vitória do adivinhado sobre o real,
do subjetivo sobre o objetivo,
do permanente sobre o passageiro,
do básico sobre o superficial.
Ter AFINIDADE é muito raro,
mas quando ela existe,
não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas.
AFINIDADE é ficar longe,
pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que
impressionam, comovem, sensibilizam.
AFINIDADE é receber o que vem
de dentro com uma aceitação
anterior ao entendimento.
AFINIDADE é sentir com...
Nem sentir contra, sem sentir para...
Sentir com e não ter necessidade de
explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.
AFINIDADE é um sentimento singular,
discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância,
mas é adivinhado na maneira de falar,
de escrever,
de andar,
de respirar.....
AFINIDADE é retomar a relação
no tempo em que parou.
Porque ele (tempo) e
ela (separação) nunca existiram.
Foi apenas a oportunidade dada (tirada)
pelo tempo para que a maturação
pudesse ocorrer e que cada
pessoa pudesse ser cada vez mais.
Artur da Távola
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Queria falar do mar...
Leituras...
"Uma tradição relata que, no Paraíso, no jardim do Éden, Eva
superava todas as flores pelo seu perfume. Mas, após o pecado
original, que representa uma descida às regiões mais obscuras da
consciência, ela perdeu essa propriedade de exalar perfumes e as
flores não a reconheceram, pois as flores são puras, castas, não
têm qualquer desejo astral, e, ao verem o erro que Eva cometera,
recusaram transmitir-lhe, como antes, todas as suas virtudes.
É por guardarem no seu inconsciente a lembrança desse estado
antigo no Paraíso que as mulheres sentem necessidade de se
perfumar. Na realidade, elas poderiam voltar a ter esse perfume,
mas só restabelecendo em si o estado de pureza original, por
intermédio de pensamentos e, sobretudo, de sentimentos e desejos
de uma grande pureza."
texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov
"Jardins"
Mundo...
segunda-feira, 2 de abril de 2007
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