segunda-feira, 9 de abril de 2007
Felicidade
Ela veio bater à minha porta
E falou-me, a sorrir, subindo a escada:
"Bom dia, árvore velha e desfolhada!"
E eu respondi: "Bom dia dia, folha morta!"
Entrou: e nunca mais me disse nada.
Até que um dia (quando pouco importa!)
Houve canções de romaria torta
E bandos de noivos pela estrada...
Então chamou-me e disse: "Vou-me embora!
Sou a felicidade! Vive agora
Da lembrança do muito que te fiz!"
E foi assim que, em plena primavera,
Só quando ela partiu, contou-me quem era
E nunca mais eu me senti feliz!
Guilherme de Almeida
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