segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Receita de Ano Novo













Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.



Um Feliz 2008 cheio de Alegrias e Realizaçoes!!
Abraços aos Amigos e visitantes!!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Poemas Soltos












É a glória de um Rei
Que me segreda ao ouvido
Um eco do que sonhei,
Um porto que achei sentido...

Que música
Ele me vem dar?
Que Harpa me pôs nos dedos?...
Se sou estrangeira, a tocar,
No leque
Dos seus segredos?...


@Ana Soares

Direitos e Cidadania












Associação para o Planeamento da Família

Anima mundi









"Somos nós que alimentamos a alma do mundo, e a terra onde vivemos será tanto melhor ou pior, quanto nós formos melhores ou piores. Aí é que entra a força do amor, porque quando amamos, sempre desejamos ser melhores do que somos. (...) Quando procuramos ser melhores do que somos, tudo à nossa volta se torna melhor também. (...) O amor é a força que transforma e melhora a alma do mundo."


Paulo Coelho, in “O Alquimista”

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Benazir Buttho













Paquistão: Benazir Buttho morre em atentado suicida às 13h16m - oficial
27 de Dezembro de 2007, 13:55

RAWALPINDI, Paquistão, 27 Dez (Lusa) - A líder da oposição paquistanesa, Benazir Bhutto, morreu hoje de ferimentos sofridos num atentado suicida, revelou fonte partidária.

«Às 06:16 ( 13:16 em Lisboa) ela expirou,», disse Wasif Ali Khan, membro do partido de Bhutto que estava no hospital de Rawalpindi.

Uma fonte militar, que falou na condição de manter o anonimato por não estar autorizado a comentar o assunto, confirmou que Bhutto morrera.

Os seus apoiantes no hospital começaram aos gritos «Musharraf, cão» referindo-se ao Presiente paquistanês.

Alguns apoiantes partiraam vidraças na principal porta de entrada do hospital, enquanto outros lavados em lágrimas não escondiam o desespero.

Um homem com uma bandeira do Partido dos Povos do Paquistão amarrada à cabeça batia violentamente no peito.

O senador Babar Awan, advogado de Bhutto, disse, que «os médicos confirmaram que ela tinha sido martirizada».

Pelo menos 20 outras pessoas morreram na explosão que ocorreu à esquerda do local onde Bhutto se encontrava no comício quando s edirigia a milhares de apoiantes.

Bhutto cumpriu dois mandatos como primeira-ministra do Paquistão entre 1988 e 1996 e tinha regressado a 18 de Outubro ao Paquistão após oito anos de exílio.

O seu comício de boas vindas em Carachi foi alvo de um atentado suciida que matou dez pessoas e feriu 140, tendo escapado à justa nessa ocasião.

SRS.

Lusa/fim

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/dfRe55luBAxk04jXKFRyJw.html

NAVEGUE











Silvana Duboc

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta;
conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Momentos....











Hai-Kai

As estrelas iluminam a noite!
E perguntas tu, mulher,
se deves acender a lâmpada!

Casimiro de Brito

Prece












dá-me a lucidez das
correntezas para que eu descubra
entre as tristezas que se
avoluman algum
sorriso mesmo
que não seja para mim

dá-me a serenidade de uma
estrela para que eu imagine
entre as lágrimas que não
me deixam qualquer
paz ainda
que breve

dá-me a claridade das
luas cheias para que eu invente
entre as angústias que se esparramam um
horizonte mesmo
que se transmude em ilusão

dá-me a esperança das
árvores para que eu teça
entre as ausências que se
imensificam uma sanidade ainda
que estofada de
delírios


Adair Carvalhais Júnior

Ser Mulher













Associação para o Planeamento da Família
Rua Artilharia Um, nº 38 – 2º Dto
1250-040 Lisboa
Tel: 21 385 39 93
Fax: 21 388 73 79

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Nasceu Jesus!!!











Para nos ensinar a ter fé

Para nos mostrar o perdão

Nasceu Jesus!!!

Para nos ensinar a viver

Para nos mostrar sua luz

Nasceu Jesus!!!

Para nos ensinar a crer

Para nos mostrar que só o amor reluz

Nasceu Jesus!!!

E viveu até por nós morrer...

(Renata Christina)



E Ontem na noite de Natal
Antes da ceia tão esperada
Fez a pergunta fundamental??
Consegui fazer o menino sorrir
Ou deixei o ano passar igual??

Feliz Natal 2007!!!!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

" Tapeçaria de Deus "





Deus tece as tramas da vida
em um desenho perfeito, precioso.
E mesmo que seu plano para
nós às vezes nos pareça misterioso,
se nós confiarmos Nele mesmo
além da nossa compreensão,
Nossas vidas poderão ser
verdadeiras obras de arte.

Criadas por sua própria mão...
Plenas de amor e harmonia,
com família, lar e amigos,
frutos da pura inspiração,
fortalecidos pela fé,
tramadas com alguns desafios
que nos farão aprender e crescer.
cruzadas por pontos brilhantes
de alegria e paz,
e a perfeição dessa trama
é a prova que Deus nos ama.

Tenha fé na bondade do Senhor
e pense primeiro Nele.
Em tudo o que você fizer.
Reze para ter compreensão
do plano Dele para você.

Agradeça por todas as bênçãos e viva
cada dia com alegria,
lembrando de que você
é uma parte especial
da tapeçaria de Deus.
Amem...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007














Se não puderes ser um pinheiro no topo de uma colina,

sê um arbusto no vale, mas sê o melhor arbusto

à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva,

e dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada, sê apenas uma senda.
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

(Pablo Neruda)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

A paciência











Uma árvore robusta de tronco forte assim é a paciência.
Devemos cultivá-la todos os dias a fim de que sejamos
fortalecidos, mentalmente tal qual o seu tronco.



Não aceitarmos as provocações diárias, na maioria das
vezes fingirmos não perceber os fatos que estão
acontecendo a nossa volta.



Principalmente aqueles fatos
intermitentes, que insistem em nos tirar do equilíbrio.



Ao entrarmos em sintonia acabaremos os aceitando
como se fora uma verdade absoluta.
Tudo na vida passa, tem um preço e um tempo determinado.



É nestes momentos que devemos ficar atentos.
O exercício da paciência deve ser encarado como o
objetivo principal para o nosso equilíbrio diário.

Fiquemos vigilantes!



Tudo nos dias atuais depende do exercício
da paciência...

A linha entre o equilíbrio e o desequilíbrio é tênue.



Portanto estejamos sempre atentos
aos mínimos detalhe à nossa volta.
A paciência é o sentimento mais importante para
todos os que desejam alcançar o equilíbrio.
A paciência é como se fosse uma rédea para travar
um animal em disparada.



O animal é o nosso pensamento.
Energia que deve ser constantemente alimentada com
bons sentimentos, meditação, oração
e muito amor no coração para que possamos
sentir a inspiração divina.
Se esta energia estiver direcionada para os sentimentos
negativos, perderemos as rédeas.



O exercício da paciência nos tranqüiliza, faz observar
com calma todos os sinais positivos para cada situação.
É só exercitar a paciência e esperar que tudo
na vida se resolverá.



@Vera Lúcia de Oliveira

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Nas Asas do Mar

"Para seres grande, põe quanto és no mínimo que fazes"










Vem comigo correr pelas alamedas!
Fazer montes de folhas amarelas
e saltar a rir sobre elas!
Vem rebolar na erva tenra
das primaveras!
Vem!
Empurra o meu baloiço,
pois quero voar bem alto
sentindo que roço os céus.
Vamos brincar como os gatos,
e dar de comer aos patos
e aos peixinhos dourados

vamos lambuzar os dedos,
nos meus tachos de segredos!
Vem degustar os petiscos
que invento, nunca vistos
sem receitas nem preceitos.

Vem brincar às escondidas
jogar comigo às pedrinhas
era jogo de meninas
mas ensino, se me ensinas
a rodopiar o pião
na palma tensa da mão
girando veloz... como o tempo
que não abranda enquanto
a criança que contemos
rir e brincar como nós.


Maria Petronilho

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Telúrica











Iluminada de amor
Recebo-te nua em flor
Ansiosa por teus beijos
Espero-te de volta, meu beija-flor.


Grande é o anseio
Tomá-lo em meus braços
Guardá-lo no carmesim das flores
Tatuadas por teus beijos de amor.


Tal qual asas de borboletas
Transparentes e coloridas fitas
Flores leves e por hora, esmaecidas
À tua espera, a torná-las multicor.



05/05/07


LuliCoutinho

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Como será sabiá?













Sabiá, que nunca vi

Mas escuto encantar

Aos poetas, teu cantar!

Como será tua cor,

Teu voo, teu chilrear?

Disseram que nas palmeiras

Que aí há tu cantas tão diferente

Dos passarinhos de cá!

Imaginando te amo,

Encantando a minha tarde

Vendo o Tejo a passar…

Conhecem-te as suas águas,

Que percorrem todo o mar…

Mas não trazem as sereias

Teu segredo, sabiá!





Maria Petronilho

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Naufrágio da paixão














Naufrágio da paixão
Tere Penhabe

É preciso acreditar, por mais difícil que seja
que haveremos de chegar ao cais...
como o barco, pilotado bravamente, incansável
atravessando tempestade venerável
que, entretanto, não perde a força, não perde a fé!

É preciso saber, que os pássaros nos acompanham
em alto mar, e mesmo se formos para as montanhas
onde estiver alguém precisando do seu canto
ali ele estará, nunca nos abandonando
que são infinitamente mais fiéis que nós!

É preciso crer, que haveremos de gritar:- Terra à vista!
Porque senão, a dor nos entorpece e se torna maldita
tira-nos todo o anseio pela vida, pelo cais
e então, não chegaremos a aportar nunca mais
e só podemos ser felizes, quando em terra firme pisarmos.

Por isso... "Força, minha alma! Estamos quase lá..."
Conserva o sorriso (como bem disse a poeta)
ainda que seja um sorriso trôpego, meio sem fôlego
mas é tudo que tens e que precisa, não deixe morrer
para que um dia possamos doá-lo... a mais alguém!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

A Barca












A BARCA
Tu te abeiraste da praia
não buscaste nem sábios,nem ricos,
somente queres que eu te siga.

Senhor,Tu me olhaste nos olhos
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco,
junto á Ti ,buscarei outro mar.

Tu ,sabes bem que em meu barco
eu não tenho,espadas,nem ouro
sómente redes e o meu trabalho.

Senhor,Tu me olhastes nos olhos ,
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco
junto á Ti,buscarei outro mar.

Tu,minhas mãos solicitas,
meu cansaço que a outros descanse,
amor que almeja ,seguir amando.

Senhor,Tu me olhaste nos olhos,
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco,
junto á Ti,buscarei outro mar

Tu,pescador de outros lagos,
ânsia eterna, de almas que esperam,
bondoso amigo , assim me chamas.

Senhor,Tu me olhastes nos olhos,
a sorrir,pronunciaste meu nome,
lá na praia,eu deixei o meu barco,
junto á Ti,buscarei outro mar.

Coral São João Batista

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Ah!! Pequenina Menina













Ah! menina...
Tão pequenina,
Veja...
o seu poder, força, carisma...

Ao cair,
no oceano, mar,
Pensa...
Porquê pensar?

Uma lágrima, chama
que inflama,
mas uma lágrima, não é suficiente, para apagar essa chama...
Essa lágrima tem vida...está indo
É lágrima da vida que vem...

Lágrima que escorre de mansinho,
e com força se solta,
mergulha ...na margem do lago
E lhe trás a vida de volta

Lágrimas que escorrem
Visualisa a sua imaginação
Com o seu Poder... que emana
para o universo

Com a força de um sorriso...
de uma palavra...
e saber ouvir... com carinho um elogio...
e o menor ato de carinho..

Ah!! Pequenina menina..
você cresceu..
E sinta o calor da lágrima...

by Sulla

sábado, 14 de abril de 2007

Luiz em Foz do Iguaçu




Do nosso coraçao pra teu coraçao

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Amor...


Repito a corrida na memória quando estou parado
Penso velozmente que o amor, como Dante disse, é um estado
De locomoção. É um motor. E fico a trabalhar no mecanismo secreto
Do amor.

Sei que estou em viagem na palavra que se move.

( à minha avó )

Daniel Faria

Mãe










MÃE..
RivkahCohen


Das mães
conheço o abarcar do carinho
o canto de uma canção,
só não consigo
visualizar sua mão..

Das mães
ouço um forte gemido
a romper na escuridão.

Das mães,
ouvi falar um dia,
que me cuidaria noite e dia
mas algo se desfez na explosão.

Das mães
tento lembrar rosto,
sorriso,
mas.. o que ocorre
com minha visão?

Quem sabe um dia
a viajar em minhas fantasias,
sinta uma estranha vibração
e alguém segure a minha mão?

Enquanto isso não acontece
lembro como a criança padece
no vazio denominado
MÃE!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

INQUIETAÇÃO




Chegaram os oito anos.
Menina pula
Menina cai
Menina chora
Menina ri.
Doutora, e essas bolinhas no rosto?
- São os hormônios ...


Chegaram os oito anos
Chegaram os hormônios no corpo da menina .
Menina pula
Menina cai
Menina chora
Menina ri .
Menina pula, cai, chora, ri, tudo ao mesmo tempo .
Menina pi-pó-ca !
LEONOR CORDEIRO

terça-feira, 10 de abril de 2007

IAZUL








IAZUL
Esquece, meu bom e dedicado amigo, esquece, por um momento, as tristezas e aflitivas preocupações; livra-te dessa angústia torturante instilada em tua alma pelas incertezas da vida; senta-te, aqui a meu lado, e escuta, com religiosa atenção, a famosa lenda que os poetas árabes intitularam: Iazul! Sim, é isso mesmo: Iazul! Vou narrá-la.

Em nome de Allah, Clemente e Misericordioso! Viveu, outrora, na Pérsia, meio século depois de Timur Lenk, um Príncipe, generoso e bravo, que se chamava Shack Bock. Afirmavam historiadores altamente abalizados que esse glorioso Emir tinha, em sua imponente corte, um sábio, mestre e conselheiro, cuja nobre função era orientar o monarca em suas decisões, esclarecê-lo em suas dúvidas e corrigi-lo em seus erros e injustiças. Esse ulemá, judicioso e previdente, chamava-se Ismail Hassam, e era, pelos nobres muçulmanos, apelidado o Saryh (aquele que é sincero). Um dia muito cedo, logo depois da prece da madrugada, prece do ritual que os árabes denominam sobh, o Príncipe mandou que viesse à sua presença o douto conselheiro da corte. Fazia todo empenho em ser urgentemente elucidado sobre um caso que se apresentava enrodilhado pelo mistério. Sem perda de tempo, o ilustre Ismail, o Saryh, deixou os seus aposentos, e foi ter ao luxuoso divan (sala de audiência) do soberano persa. O que teria acontecido? Que caso, assim, tão grave intrigava o Rei? O monarca parecia pálido. Em sua fisionomia morena, surgiam, tracejando linhas incertas, as rugas da intranqüilidade. Depois das saudações habituais, sem mais preâmbulo, disse o Emir ao judicioso Ismail:

- Acabo de receber, do Khorassan, este pequeno cofre, encontrado pelos meus agentes secretos, entre os despojos do infeliz e estouvado Khalil, o senhor de Candahar. Dentro desse cofre vinha, apenas, esse singularíssimo anel de ouro. Desconfio que se trata de jóia raríssima, que pertenceu ao grande Timur Lenk. Como poderei descobrir o enigma que envolve este anel? E o Príncipe, estendendo a mão, entregou ao douto Ismail o misterioso anel de Candahar. Ismail, o sábio (Allah, porém é mais sábio!) examinou detidamente a jóia, virando-a e revirando-a na palma de sua mão. E depois de refletir, em silêncio, durante algum tempo, assim falou ao Príncipe, seu amo e senhor:

- Julgo-me capaz de esclarecer este mistério. Afirmo que uma das peças mais valiosas do tesouro persa acaba de chegar às vossas mãos. Este anel é o precioso e tão ambicionado anel mágico, que pertenceu ao invencível Timur Lenk, o Perseverante (que Allah o tenha entre os eleitos!). Como podeis ver, este anel, no rico escudo em forma de tâmara, ostenta, em letras bem trabalhadas, a palavra tão bela e sonora: - Iazul.

- Sim, sim - confirmou o Príncipe, muito sério - já o havia notado. No escudo, entre dois brilhantes pequeninos, lê-se a palavra: Iazul. O mistério, a meu ver, permanece. O que significa, afinal, Iazul? O sábio Saryh ergueu o rosto e, discorrendo em tom pausado e claro, explicou:

- Cumpre-me dizer-vos ó Rei do Tempo, que Iazul é uma palavra mágica, de alto e misterioso poder. Asseguro que é a palavra mais expressiva e eloqüente entre todas as que figuram no riquíssimo vocabulário persa. É mágica, repito. Reparai bem: tem o Dom de nos tornar alegres, quando estamos tristes, e de moderar as nossas alegrias, nos momentos de extrema felicidade e ventura.

- Singular, muito singular - refletiu o rei. É, realmente, de alta magia, essa palavra que transforma as alegrias em preocupações, e que consegue aniquilar, ou pelo menos conter, as mágoas e tristezas que pesam em nosso coração! E fitando gravemente o sábio, acrescentou:

- Mas insisto em perguntar: o que significa essa palavra Iazul? Como podemos traduzi-la? Respondeu o eloqüente e esclarecido ulemá:

- Iazul, ó Rei, dentro da sua espantosa simplicidade, significa apenas Isso passa! Ou ainda: Tudo passa! Quando o homem atravessa períodos de felicidade, de alegria cor-de-rosa, de sorte e tranqüilidade, deve pensar no futuro e ser comedido em suas expansões, sóbrio em suas atividades. Convém que o afortunado não esqueça: Iazul! (isso passa), a roda do Destino é incerta; a vida é cheia de mudanças. Há ocasiões, porém, em que nos sentimos anavalhados pelos sofrimentos, pelas enfermidades, feridos pelas desgraças, caminhando sob a nuvem da má sorte, da ruína e atingidos pelos golpes imprevistos do infortúnio. Para que o ânimo volte ao nosso espírito, proferimos, cheios de fé, fortalecidos de esperança: Iazul! Sim, tudo passa! Virão dias melhores, dias calmos e felizes; a prosperidade e a boa sorte voltarão a iluminar a nossa jornada; a saúde será reconquistada; a serenidade procurará pouso em nosso atribulado coração! E depois de ligeira pausa, o sábio concluiu: - E, assim, ó Rei!, posso afirmar que Iazul, a palavra contida no pequeno escudo do anel, é mágica! Alivia e branda as tristezas dos infelizes; controla e arrefece as alegrias alucinadas dos exaltados!

Ao ouvir as eloqüentes e judiciosas explicações do velho ulemá, o Rei tomou do anel, colocou-o no dedo indicador da mão esquerda e disse, serenamente:

- Que notável, interessante e proveitosa lição recebi hoje! Conservarei comigo este precioso anel. Jamais esquecerei em todos os momentos culminantes da minha vida, no meio de estonteantes triunfos, ou sob o guante da desgraça, de recorrer ao eterno ensinamento contido nesta palavra mágica: Iazul!

Quero, ó irmão dos árabes, terminar esta lenda, exatamente como a iniciei:

Esquece, pois, meu amigo, esquece, por um momento, as tuas tristezas e aflitivas preocupações; livra-te desta angústia instilada em tua alma pelas incertezas da vida, senta-te, aqui a meu lado, e escuta, com religiosa atenção, a palavra mágica Iazul!

E vale a pena repetir: Iazul! Iazul! Isso passa! Isso passa!

(do livro Malba Tahan - Contos e lendas Orientais - Ediouro)

A CORDINHA








A CORDINHA
- Sajida, não é preciso ficar segurando a cordinha;
deixe-a solta. Entendeu?
- Entendi.
- No momento certo é só puxá-la.
- Entendi.
- Então, podemos ir.

Sajida Mubara e seu marido Ali Hussein deram os
últimos retoques em suas roupas, e adentraram o
hotel Radisson, um dos mais elegantes de Amã, a
capital da Jordânia. No salão de festas do hotel,
separaram-se. Havia uma festa de casamento. Sajida
foi para um lado e seu marido para outro.

Enquanto caminhava, lentamente entre os convidados,
Sadija repetia em pensamento: "A cordinha... é só
puxar a cordinha... é só puxar..." De repente, uma
tremenda explosão irrompeu num dos lados do salão. O
marido de Sajida havia puxado a cordinha e a bomba
atada em sua cintura explodira junto com ele.
Hussein-bomba já era; o atentado estava consumado!

Pessoas fogem do local, correndo e gritando, a
confusão é total. No meio das pessoas que fogem,
apavoradas, quem se vê correndo entre elas? Sadija,
a esposa que havia entendido "tudinho" sobre a tal
cordinha, porém, acho eu, ela não entendeu bem o
espírito da coisa, ou não quis entender.

Sajida foi presa com o poderoso explosivo, amarrado
a cintura, por baixo de sua roupa, intacto. Na
entrevista que deu, a televisão jordaniana, disse:
"Meu marido se explodiu. Ele me ensinou como lidar
com a cordinha para detonar o cinturão, mas talvez
eu tenha feito algo errado (será?) e a bomba não
explodiu. Paciência. Todo mundo fugiu, e eu saí
correndo também".


Este é um facto verídico e que faz pensar..até onde vai a submição da mulher?
Na cultura árabe de forma geral as mulheres seguem normas rígidas de conduta. Traição é punida com apedrejamento em praça pública. Elas não podem ter prazer, mas devem dar prazer ao seu senhor - , tanto que em alguns países o clítoris é extirpado com requintes de crueldade.
Muitas são vendidas como escravas sexuais, as que não se submetem são espancadas, estupradas e drogadas.
Ela com certeza fugia do aprisionamento marital e só encontrou essa forma de fazê-lo.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Felicidade














Ela veio bater à minha porta
E falou-me, a sorrir, subindo a escada:
"Bom dia, árvore velha e desfolhada!"
E eu respondi: "Bom dia dia, folha morta!"

Entrou: e nunca mais me disse nada.
Até que um dia (quando pouco importa!)
Houve canções de romaria torta
E bandos de noivos pela estrada...

Então chamou-me e disse: "Vou-me embora!
Sou a felicidade! Vive agora
Da lembrança do muito que te fiz!"

E foi assim que, em plena primavera,
Só quando ela partiu, contou-me quem era
E nunca mais eu me senti feliz!

Guilherme de Almeida

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Todo o poema é queda



o gato enroscou-se ao sol
na soleira da porta
como um deus que dorme
indiferente
ao mundo
e ao sofrimento dos homens:

um deus
que se renova
a cada som inexistente

mais tarde o vento
passeando pelo gato
(ou deus )
que se espreguiça ao sol

trouxe-me sem eu saber
uma folha verde
que foi nascer no chão

nasceu
como o que agora escrevo
que sempre esteve lá
sendo inexistente

talvez para mostrar
que deus e o gato
estão em toda a parte

e que toda o Poema é queda


sophia de carvalho
(heterónimo de Maat)

lembro-me do mar



lembro-me do mar

não sei se regressei
se te acenei com palavras simples
feitas por mim

como vento
espuma

ou lua


não sei se as quebrei
contra as cidades duras

e parece às vezes tudo estar perdido
tudo sem sentido
o mar é escuro
o mar é contra as ruas

outras oscilas entre os meus dedos
na minha câmara escura

não é a solidão que me assusta,mãe,
é o abandono da luz
no teu rosto
esculpido

a vento e dunas

ter-te-ei tocado
lembro-me da espuma
em meu coração nu

amar é tudo.


mãe,
o mar és tu.
Maat

Afinidade













Não é o mais brilhante,
mas é o mais sútil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência,
os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto, no exato ponto
de onde foi interrompido.


AFINIDADE é não haver
tempo mediante a vida.
É a vitória do adivinhado sobre o real,
do subjetivo sobre o objetivo,
do permanente sobre o passageiro,
do básico sobre o superficial.


Ter AFINIDADE é muito raro,
mas quando ela existe,
não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas.


AFINIDADE é ficar longe,
pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que
impressionam, comovem, sensibilizam.


AFINIDADE é receber o que vem
de dentro com uma aceitação
anterior ao entendimento.


AFINIDADE é sentir com...
Nem sentir contra, sem sentir para...
Sentir com e não ter necessidade de
explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.


AFINIDADE é um sentimento singular,
discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância,
mas é adivinhado na maneira de falar,
de escrever,
de andar,
de respirar.....


AFINIDADE é retomar a relação
no tempo em que parou.
Porque ele (tempo) e
ela (separação) nunca existiram.
Foi apenas a oportunidade dada (tirada)
pelo tempo para que a maturação
pudesse ocorrer e que cada
pessoa pudesse ser cada vez mais.

Artur da Távola

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Queria falar do mar...



queria falar do mar
gostava de ter dito algo como isto:
- foi o mar
que me fez começar a pensar no amor,
mais do que noutra coisa;
quero dizer,
num amor por que valha a pena morrer,
num amor que consuma uma pessoa.

(yukio mishima)

Leituras...




"Uma tradição relata que, no Paraíso, no jardim do Éden, Eva
superava todas as flores pelo seu perfume. Mas, após o pecado
original, que representa uma descida às regiões mais obscuras da
consciência, ela perdeu essa propriedade de exalar perfumes e as
flores não a reconheceram, pois as flores são puras, castas, não
têm qualquer desejo astral, e, ao verem o erro que Eva cometera,
recusaram transmitir-lhe, como antes, todas as suas virtudes.
É por guardarem no seu inconsciente a lembrança desse estado
antigo no Paraíso que as mulheres sentem necessidade de se
perfumar. Na realidade, elas poderiam voltar a ter esse perfume,
mas só restabelecendo em si o estado de pureza original, por
intermédio de pensamentos e, sobretudo, de sentimentos e desejos
de uma grande pureza."



texto de Omraam Mikhaël Aïvanhov

"Jardins"



sobre este jardim todos os jardins
mas como explicarei aos sem abrigo
as suas cores?
como explicarei?

quero aproximar-me. aproximar-me.
saber como respiram.

Maat

Mundo...










“Veja o mundo num grão de areia,
veja o céu em um campo florido,
guarde o infinito na palma da mão,
e a eternidade em uma hora de vida!”

William Blakc

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Estações













O inverno chora suas últimas lágrimas

E a chuva fina não perdoa

Frias e geladas madrugadas

São boas pra chá, filminho e cama.


Ah! como é bom cama no inverno

Eliana Braga

quarta-feira, 28 de março de 2007

FLORES




Quem não sentiu não viveu
O perfume que as flores exalam
Diria que é apenas no jardim
É que se encontram e se calam

Ao dimensionar, porém
A percepção imortal
Diria que as flores falam
E nunca se calam
São movimentos constantes
Que o Universo embala

*JACIRA MONTEIRPO*


"Além da terra, além do infinito,
procurei em vão o céu e o inferno.
Mas uma voz disse-me:
o céu e o inferno estão em ti mesmo."

(Omar Khayýam)

Seu sorriso




O riso do Deus infinito deve vibrar através
do seu sorriso. Deixe que a brisa do Seu
amor espalhe seus sorrisos nos corações
dos homens. O seu fervor será contagioso.


~~Paramahansa Yogananda~~

terça-feira, 27 de março de 2007

Anam Cara













Anam Cara é uma expressão celta que significa
"Amigo de minha alma" ou "amigo d?alma".

Há duas maneiras de interpretar o Anam Cara:

1. Neste plano fenomênico de manifestação densa,
ele é o seu amigo(a) querido(a), aquela pessoa com
a qual você poderá contar em qualquer ocasião,
mesmo quando todos tiverem voltado as costas
para você. E mais: é aquela pessoa a quem você
pode abrir o coração com confiança. Quando
você pensa nela, algo em seu coração brilha
mais. Você sabe que ela existe e está no
mesmo plano que você. Sabe que ela é
valiosa e que, só de ver você, já sabe como
você está, pois ela lhe conhece profundamente,
além das aparências. Ela sabe sentir você em
espírito.

2. Em outros planos mais sutis, ele é o amparador,
aquela consciência extrafísica que lhe ajuda
invisivelmente. Ele é aquele que lhe conhece há
muitas vidas. Sabe dos seus dramas e de seus
acertos ao longo dos milênios. Pode até ter
participado dos eventos anteriores junto
com você, tanto na carne quanto além dela.
Porém, às vezes ele está em outra
condição vibracional. Mas não esquece
de você!

Muitas vezes, ele mergulha nos planos mais
densos para lhe apoiar invisivelmente. Você
não percebe sua presença, mas ele vela
secretamente pelo seu progresso. Ele não
é uma divindade, é apenas o seu amigo
invisível, um Anam Cara extrafísico.
* * *

O Anam Cara poderá ser o seu filho(a),
seu parceiro(a), seu irmão, seu pai,
sua mãe, seu parente, ou apenas
um amigo que você reconheceu ao longo
da vida.

Não importa nada disso. O laço
real não está na carne nem no
sangue, está na alma. Por isso, o
Anam Cara é independente de idade,
raça ou condição.

Você o reconhecerá pelo brilho
do olhar, sentirá o seu coração
pulsando junto com o seu, sentirá
muita saudade dele e reconhecerá
a sua riqueza interior.

No entanto, muitas vezes o orgulho
poderá obstacular tal percepção, e é
possível que os seus olhos não o
vejam, e que seu coração não o
reconheça mais. Então, o coração não
falará mais ao coração no silêncio de
uma vibração silenciosa trocada no
olhar da alma. Haverá apenas o olhar
que percebe o convencional e que se
perde nele no meio da dor de tentar
achar o Anam Cara onde ele não
está.

Sentir alguém que é um Anam Cara
em sua vida, seja ele o irmão, o
amigo ou oparceiro, é sentir-se
acompanhado na existência por
uma alma brilhante. É
viajar pelo denso enganoso
acompanhado de alguém que
também vê algo
além...
É sentir-se ligado em alma, dentro do
coração.

O Anam Cara é seu refúgio dentro da
loucura em torno. É o porto onde a
nave de seu coração gosta de aportar
no meio da tempestade.

Pense numa canção que lhe fala
ao coração. Ao ouvi-la, você lembrará
de muitas coisas. O Anam Cara é
semelhante a essa música. Quando
você lembra dele, o coração viaja...

Ele pode ser seu amigo, amparador,
irmão ou parceiro. Tanto faz. O que
vale mesmo é que ele é uma
riqueza que você achou no mundo.

O Anam Cara é isso: um amigo d'alma.

Nesse aspecto, o TODO é o amigo
d'alma de todos os seres.

E como o TODO está em tudo, Ele
também está nos amigos d?alma,
desse e de outros planos.

Pode-se gostar de alguém em vários
níveis: mental, emocional,
energético ou sexual. Porém, a ligação
do Anam Cara transcende esses níveis
e chega ao espírito. Por isso, os celtas
antigos reverenciavam o conceito de
Anam Cara.

Para eles, tratava-se de uma riqueza
sem paralelos. E eles sabiam que as
ligações que não são em espírito e
verdade, são apenas manifestações
temporárias e irrisórias ao sabor dos
pensamentos, emoções e energias
do momento.

Para eles, o real sempre foi o espírito
eterno, não a bruma que dificulta a
percepção. Por isso, os poetas cantavam:

"Oh, Anam Cara!

Muitos outros vieram, mas só sinto

Tua comunhão sagrada.

Só escuto a tua canção.

Ali está o sol,

Mais tarde virá a lua.

Mas, só me importa a tua canção!"

O Anam Cara é isso: uma riqueza sem
paralelos.Só o coração é que sabe.
Só ele é que sente.

Certa vez, o mestre Bábaji ensinou:

"Quando o coração fala ao coração,
não há mais nada a dizer."

O Anam Cara, seja ele(a) quem for,
é um presente da vida ao coração.

Sua ligação não vem da Terra,
mas do espírito!

Que as pessoas conscientes possam
reconhecer o Anam Cara pelo coração.

Paz e Luz.

- Wagner Borges ? São Paulo
, 07 de janeiro de 2003

Mulher....









Mulher madura sabe o que quer
sabe ser muito "mais mulher"
mostra o que deve mostrar
e oculta o que deve ocultar

segunda-feira, 26 de março de 2007

Das maes




Recordas-te, Mãe? Eu tinha os cabelos ruivos e encaracolados. Sentias muito orgulho na cabeleira da tua Menina. Dizias, quando eu corria ao Sol do meio-dia, que a minha cabeça parecia envolta em labaredas. E, ao dizê-lo, os teus olhos verdes eram lagos de Verão.
Depois, o meu cabelo envergonhou-se e escureceu. Acalmou as chamas. Mas ainda hoje, se está feliz, ganha reflexos rápidos de cobre líquido.
Agora estás a dizer-me que um dia os meus cabelos serão brancos, como os teus. Vou gostar. Já que não tenho olhos de mar, terei um diadema de espuma branca, como as ondas.
Recordas-te, Mãe? Quando eu aninhava a cabeça no teu colo, os meus cabelos corriam em busca da seda das tuas mãos. Tudo ficava tão lindo, Mãe. Recordas-te?

Licínia Quitério

o dever




Hoje é o dia de olhar a criança
e de ver o homem que não querias ver;
é preciso, por isso, que lhe pegues na mão,
e o leves ao mar como a ti te levaram.
Leva-o e mostra-lhe as pregas do ar, o
calor do estio na tarde das aves e o longe
mais longe que pode o olhar. Mostra-lhe
a luz de lá e o cheiro das algas e
a dança do céu quando dança nas ondas.
Mostra-lhe e diz-lhe como gostar. Depois,
ouve com ele a canção de boas vindas,
que o sal da brisa vai trazer consigo e
sussurrar nos cabelos confiados
do teu filho

Vasco Pontes

Canaviais




- "Para onde vais?
Para onde vais?"

- " Vou ouvir o vento
Nos canaviais
Ponho-me ao relento
Oiço o que ele diz
Só de ouvir o vento
Fico tão feliz.

Vou ouvir o vento
Falando mansinho
Falando levinho.
Algo está ali
Perto do caminho
Que eu ia a seguir
Quando o vento ouvi.

Vim de ouvir o vento
Sussurrando lento
Nos canaviais...

Vi num pensamento
Vivi um momento
Que nao volta mais."

De Luísa Barros em Pelo Caminho das Fadas

sexta-feira, 23 de março de 2007

Aprendendo a Viver - Luiz Eduardo Boudakian



Nossos Abraços e Afectos vao para este Sorriso de Alma

Interiores....



"Nunca escreverei
uma palavra para
lamentar a vida.
Meu verso é água
corrente, é tronco,
é fronde, é folha, é
semente, é vida."
(Cora Coralina)

DISSERAM...



"Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas",
portanto, és responsável por mim e quero que seja sempre assim.

"Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer,"
e é por isso que os nossos mistérios eu deixo acontecer.

"Palavras pronunciadas ao acaso é que foram, pouco a pouco, revelando tudo"
e foi aí que eu entendi o nosso passado, presente e futuro.

"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla"
e é assim que vejo o teu amor, tu me contemplas como se eu fosse,
sobre a face da terra, a única flor.

"Quando achas um diamante que não é de ninguém, ele é teu. Quando achas uma ilha que não é de ninguém, ela é tua"
então, me transformei em diamante, em ilha e com isso cessei tua procura.


ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY & Silvana Duboc

Madredeus - Haja o Que Houver (Come What May) (1997)




"A paz vem de dentro de ti próprio,
não a procures à tua volta."

(Buda)

quinta-feira, 22 de março de 2007

No meu Sangue



No meu sangue
Habitas
Tão necessário
Como o ar
Que não se contempla.

Maria Costa

O jovem Törless




"De repente ele notou - e era como se fosse pela primeira vez - quanto o céu ficava longe.
Foi como um sobressalto. Exactamente por cima dele reluzia entre as nuvens uma nesga de azul, indizivelmente profunda.
Sentiu que poderia subir até lá numa escada bem longa. Mas, quanto mais entrava ali, erguendo-se pelo olhar, mais o fundo azul e luminoso se encolhia, recuando. Era como se ele tivesse de alcançá-lo, segurando-o com os olhos. Esse desejo tornou-se torturantemente intenso." [....]

Robert Musil, "O Jovem Törless".

**Amar....





...Se amar fosse fácil,
não haveria crianças nas ruas sem ter ninguém,
nem haveria orfanatos,
porque as famílias serenas adoptariam mais
filhos, nem filhos mal concebidos,
nem esposas mal amadas,
nem prostitutas e prostitutos...